quinta-feira, 22 de outubro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O MORRO

O Morro é o mundo
onde eu moro

O mundo é o alto do
morro onde eu morro
de vontade de gritar.

O mundo é o morro
Que eu construí
Repleto de crianças sorrindo

O morro é onde eu olho
Para as estrelas
Na lente do meu telescópico olhar

Eu moro no morro.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009


VELHO ETERNO
(Tributo ao Juquinha da Serra)


Sereno velho
Que andou pela estrada
De pó vermelho enluarada

Feito andarilho
Pela vida rupestre
Dos campos de outrora

Catou flores, pisou riachos
Cristalizou-se
Em múltiplas manifestações

Aprendeu a ser gente semeando
sempre-vivas nas mãos de quem
Encontrava pelo caminho afora

Sonhou ser um viajante
Perambulando por
Buléias e viu muitos lugares

Não morreu, mas fez-se eterno
como um monge esculpido em pedra
Sobre as pedras do Cipó

Vive então pelas montanhas
Como luz de tantas cores
Como a mãe de todo ouro

Quis Deus assim que
fosse o velho de sorriso
eterno e olhar longínquo

Perto do ser
que é sábio,
Longe dos mares do sul

Toda a pureza tão clara
Feito água que desce a serra
Encheu-lhe as veias do corpo

Ainda anda pelos
Caminhos velhos
A entregar as flores

Perto eu sei que vive mesmo
Nos bosques e cachoeiras,
Na pura essência do néctar

José Patrício, Juquinha:
a mais límpida das expressões
Do homem que veio da terra.
LAPSOS ONÍRICOS

Lapsos oníricos
Chegam a me confundir.
Não se sonho ou se
Encaro a realidade.

Sou presa fácil das
Ilusões terrenas,
Protagonista de
Ficções irreais

Quando penso
Desboto um pouco
Minha consciência plena
E desabo em abismos
Esplêndidos de luzes
Que espetam meu olhar
Como lasers multiformes
Que me aceleram
Os filmes mentais
E destroem meus conceitos mundanos.

Acordo preso aos ponteiros
Do relógio que não anda
E vejo o tempo passar
No espelho da minha Iris
Transbordada de lágrimasQue não querem sair.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009


POR ONDE SE ANDA
Permanecemos vendo a vida passar
E todos os olhares míopes
Construindo espasmos de loucura
Por onde se anda, por onde há ruas
E buracos espalhados de
Mentes estropiadas.

Falamos com Deus quando nos convém
E sentimos uma aura pesada no ar
De gente sem nada pra pensar
De gente sem gosto para amar.

Atravessamos pinguelas sobre a correnteza
Segurando em cordas esfiapadas
Fazendo juras de amor falso
Cuspindo pedaços de tristeza
Nas águas nervosas da nossa estupidez.

Espalhamos o medo aos nossos filhos
Mas o medo está dentro de nós.
É ele quem agarra nossas mãos nas
Colunas feitas de areia que o
Nosso mar vomitou.

Quando a chuva passar vamos passear
De mãos dadas com o vento
E colher flores no imenso campo
Que irá sobrar desta balbúrdia.

Sérgio – Uma poesia por dia – novembro/2007